O autismo não é considerado uma doença, mas sim uma perturbação no desenvolvimento do cérebro, onde o funcionamento cerebral difere, resultando em dificuldades de comunicação e interação social.
Especialistas referem-se a este conjunto de perturbações neuropsiquiátricas como “Perturbações do Espetro do Autismo” (PEA), originadas por disfunções no desenvolvimento do sistema nervoso central.
Esta perturbação pode afetar indivíduos de todos os géneros, nacionalidades e origens culturais, estimando-se que cerca de 1% da população mundial seja afetada pelo autismo.
Autismo: Sintomas, Causas e Tratamento
O autismo é uma perturbação do desenvolvimento, e apesar de não existirem diferenças físicas visíveis entre estas crianças, jovens ou adultos, as suas formas de comportamento, comunicação, interação e aprendizagem podem diferir significativamente das restantes pessoas.
As competências e capacidades variam de pessoa para pessoa. Por exemplo, algumas conseguem manter uma conversa, enquanto outras são não-verbais; algumas necessitam de apoio nas atividades diárias, enquanto outras conseguem viver e trabalhar com pouca ou nenhuma assistência.
Sintomas
Os sinais de autismo começam antes dos três anos de idade, manifestando-se através de dificuldades nas competências sociais, emocionais e de comunicação. A nível comportamental, as crianças autistas podem repetir determinados comportamentos e reagir negativamente a alterações nas suas rotinas diárias.
Principais sintomas incluem:
– Repetição de movimentos, objetos ou fala de forma constante;
– Dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, partilhar interesses e interagir socialmente;
– Dificuldade em compreender e expressar emoções;
– Desafios na interpretação e reprodução da linguagem não-verbal;
– Necessidade de manter rotinas e padrões de comportamento ritualizados;
– Interesses específicos com diferentes intensidades e focos;
– Sensibilidade aumentada ou diminuída a estímulos sensoriais;
– Evitar o contacto visual.
É importante notar que, para além dos desafios, as pessoas com autismo podem também apresentar capacidades notáveis, como uma memória detalhada, habilidades excecionais em leitura, música, números e arte.
Causas
As causas específicas do autismo ainda não foram identificadas, mas a pesquisa aponta para uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais. Evidências sugerem maior probabilidade de uma criança ser autista se:
– Tiver um irmão com autismo;
– Possuir certas condições genéticas ou cromossómicas;
– A mãe tiver tido doenças durante a gravidez;
– Complicações no nascimento, como parto prematuro, peso abaixo do normal, infeções neonatais graves, traumatismo no parto;
– Os pais forem mais velhos.
Tratamento
Embora não haja cura, o diagnóstico precoce é crucial para melhorar a qualidade de vida, comunicação e autonomia da criança. O tratamento, conduzido por um especialista médico, é personalizado de acordo com as necessidades individuais, abrangendo abordagens comportamentais, de desenvolvimento, educacionais, sociais-relacionais, farmacológicas e psicológicas, que podem ser aplicadas de forma combinada ou isolada.