A bulimia é caracterizada por episódios frequentes de compulsão alimentar, intercalados com comportamentos compensatórios inadequados para evitar o aumento de peso.
Este distúrbio afeta mais as mulheres do que os homens, geralmente iniciando-se no final da adolescência ou no início da idade adulta. Conheça os sinais de alerta e saiba como agir.
O que é a bulimia
A bulimia, também conhecida como bulimia nervosa, é um distúrbio alimentar que se manifesta quando a pessoa ingere compulsivamente grandes quantidades de comida, recorrendo, em seguida, a uma ou mais estratégias para evitar o ganho de peso.
A forma como o bulímico se “livra” da comida ingerida é geralmente dividida em dois tipos:
1. Tipo purgativo: quando provoca o vômito ou faz uso inadequado de laxantes, diuréticos, enemas, e outros medicamentos que ajudam a limpar os intestinos.
2. Tipo não purgativo: quando opta por jejuar após os episódios de compulsão alimentar ou praticar exercício físico exagerado.
Com essas estratégias, as pessoas com bulimia podem conseguir manter um peso normal, embora a quantidade de comida ingerida indicasse um possível excesso de peso.
O fato de o peso, na maioria dos casos, se manter normal permite que o problema seja escondido por um longo período, podendo prolongar-se por anos.
Causas e fatores de risco
Embora as causas da bulimia não sejam conhecidas, vários fatores podem desencadear este distúrbio alimentar. Pressões sociais, especialmente relacionadas com padrões de beleza e aceitação social, parecem desempenhar um papel crucial.
Outros fatores que podem contribuir incluem:
– Histórico familiar de bulimia;
– Dietas restritivas;
– Peso acima do normal para a idade;
– Problemas psicológicos e emocionais, como stress, transtorno de ansiedade, depressão, ou transtornos por uso de drogas ou álcool.
Sintomas
Além de ter uma imagem corporal distorcida e negativa, as pessoas que sofrem de bulimia podem apresentar os seguintes comportamentos:
– Comem repetidamente grandes quantidades de comida, incluindo alimentos que normalmente evitariam;
– Adotam uma dieta rigorosa ou jejum após episódios de compulsão alimentar;
– Não gostam de comer em público ou na presença de outras pessoas, mesmo em família;
– Visitam a casa de banho logo após as refeições;
– Exercitam-se excessivamente.
Existem também sinais físicos que podem indicar bulimia, tais como:
– Feridas ou calosidades nos nós dos dedos ou nas mãos;
– Perda de peso repentina;
– Danos nos dentes e gengivas;
– Inchaço na cara, pés e mãos.
Complicações
A bulimia pode ter consequências graves, podendo até levar à morte. Além de baixa autoestima e dificuldades de relacionamento, as pessoas com este distúrbio podem sofrer de:
– Desidratação, que pode evoluir para insuficiência renal;
– Problemas cardíacos;
– Cáries dentárias graves e doença gengival;
– Problemas digestivos;
– Ansiedade, depressão, transtorno de personalidade ou perturbação bipolar;
– Irregularidades menstruais ou ausência de menstruação em mulheres.
Abuso de álcool ou drogas, automutilação, pensamentos suicidas ou suicídio são outras possíveis consequências da bulimia.
Tratamento
O tratamento da bulimia visa principalmente alterar a atitude da pessoa em relação à alimentação e resolver problemas nutricionais. Sem complicações físicas, o paciente é acompanhado por psiquiatras, psicólogos e nutricionistas, podendo necessitar de antidepressivos ou ansiolíticos.
Em casos mais graves, o internamento hospitalar pode ser necessário para corrigir desequilíbrios eletrolíticos.
O envolvimento da família é crucial, incluindo terapia familiar, além da terapia individual.
Prevenção
Embora não seja possível prevenir a bulimia, é possível orientar crianças e jovens para um estilo de vida mais equilibrado, promovendo uma imagem corporal saudável, construindo a confiança de outras maneiras além da aparência, fazendo refeições regulares em família e evitando discussões sobre peso em casa. Conversar com o médico de família é essencial para identificar os primeiros sinais de um distúrbio alimentar e ajudar a evitar seu agravamento.
Fontes:
- Informemente. Guia Essencial para jornalistas sobre saúde mental.
- Johns Hopkins. Bulimia nervosa.
- Dialectical Behavior Therapy for Binge Eating and Bulimia