A automutilação, também conhecida como automutilação não suicida ou autolesão, é um comportamento preocupante que afeta um número significativo de adolescentes.
É crucial reconhecer os sinais de alerta que podem indicar a presença deste comportamento e discutir as opções de ajuda disponíveis para os adolescentes que estão a passar por esta situação, com o objetivo de prevenir a continuidade desse comportamento.
É importante salientar que a automutilação não é uma estratégia saudável para lidar com emoções e problemas, sendo essencial oferecer apoio e assistência adequada a estes jovens.
Quais são os sinais a que devemos estar alerta?
Existem vários sinais de alerta que podem indicar a presença de automutilação em adolescentes.
É crucial estar atento a estes sinais e procurar ajuda profissional quando necessário.
Os principais sinais de alerta que podem corresponder a um quadro de automutilação incluem:
– Cortes, arranhões ou queimaduras inexplicáveis no corpo do adolescente;
– Uso de roupas que cubram excessivamente certas áreas;
– Isolamento social;
– Mudanças de humor significativas;
– Recusa em participar de atividades que antes eram apreciadas.
É importante lembrar que estes sinais podem variar de um adolescente para outro, sendo necessário considerar o contexto individual para uma avaliação adequada.
A automutilação é um problema de Saúde Psicológica, muitas vezes relacionado com depressão ou ansiedade, que merece a devida atenção para uma abordagem multidisciplinar.
A atenção dos pais e cuidadores deve ser constante, especialmente se já houve tentativas anteriores.
Que ajuda têm os adolescentes com um quadro deste tipo?
Para lidar com a automutilação em adolescentes, é essencial procurar ajuda profissional, preferencialmente de especialistas na área.
Existem várias opções disponíveis, destacando-se:
– Psicoterapia individual;
– Terapia familiar ou de grupo;
– Intervenções multidisciplinares.
A psicoterapia tem-se mostrado eficaz no tratamento deste comportamento, ajudando os adolescentes a compreender e a lidar com as emoções subjacentes que levam à automutilação.
Além disso, é importante envolver a família e criar um ambiente de apoio que incentive a comunicação aberta e a procura de soluções saudáveis.
Como prevenir este comportamento?
Para além de oferecer ajuda quando a automutilação já está presente, é igualmente importante enfatizar a prevenção.
Pais, educadores e profissionais de saúde devem estar atentos aos fatores de risco que podem contribuir para o surgimento deste comportamento.
Entre os fatores mais conhecidos e passíveis de originar um episódio de automutilação, destacam-se:
– Histórico de abuso;
– Bullying;
– Transtornos de saúde mental;
– Dificuldades no relacionamento familiar;
– Baixa autoestima;
– Consumo de substâncias psicotrópicas.
Ao identificar precocemente um destes fatores, é possível implementar estratégias eficazes de prevenção, como programas de educação, suporte emocional e promoção de habilidades de enfrentamento saudáveis.
Como devemos lidar com este comportamento?
Ao lidar com o comportamento de automutilação em adolescentes, é crucial adotar uma abordagem compassiva e empática.
É importante entender que a automutilação é frequentemente um sinal de profunda angústia emocional.
Ao abordar este comportamento, é essencial oferecer um ambiente seguro e acolhedor para que o adolescente se sinta confortável em expressar os seus sentimentos.
A escuta ativa e a validação das suas emoções são fundamentais. Além disso, é fundamental encorajar o adolescente a procurar ajuda profissional, como psicoterapia e aconselhamento especializado, de forma a abordar as causas subjacentes da automutilação.
O apoio da família, amigos e profissionais de saúde mental é essencial para auxiliar o adolescente no seu processo de recuperação e fornecer recursos adequados para ajudá-lo a lidar de forma saudável com as suas emoções, assim como a desenvolver maneiras mais adequadas de lidar com o stress e a angústia, que não seja de forma autodestrutiva.
Fontes:
- Nock, M. K. (2010). Self-injury. Annual Review of Clinical Psychology, 6, 339-363.
- Klonsky, E. D. (2011). Non-suicidal self-injury in United States adults: Prevalence, sociodemographics, topography, and functions. Psychological Medicine, 41(9), 1981-1986.
- Favazza, A. R. (1998). The coming of age of self-mutilation. Journal of Nervous and Mental Disease, 186(5), 259-268.
- Plener, P. L., Schumacher, T. S., Munz, L. M., & Groschwitz, R. C. (2015). The longitudinal course of non-suicidal self-injury and deliberate self-harm: A systematic review of the literature. Borderline Personality Disorder and Emotion Dysregulation, 2(1), 2.