Recentemente, foram registados casos de varíola-dos-macacos em Portugal, Espanha e Reino Unido. Embora esta doença seja semelhante à varíola, erradicada em Portugal desde 1980, é menos contagiosa e menos mortal.
Segundo a Direção-Geral da Saúde, esta é a primeira vez que esta doença viral aparece em território nacional. Os casos foram identificados em homens entre os 20 e os 40 anos, na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Apesar de a sua transmissibilidade ser baixa, é fundamental estar atento a sinais como febre e dores de cabeça, especialmente se acompanhados de lesões na pele e mucosas. Em caso de surgirem estes sintomas, é aconselhável procurar os serviços de saúde.
O tempo de recuperação varia entre duas a quatro semanas, sendo que a fase de contágio termina quando as crostas das lesões começam a cair. Durante este período, as pessoas infetadas devem evitar o contacto com outras.
Varíola-dos-Macacos: O que é e quais são os sintomas?
Detetada recentemente em Portugal pela primeira vez, é importante conhecer esta doença e os sintomas a que deve estar atento.
O que é esta doença?
A varíola-dos-macacos é uma doença rara provocada pela infeção com o vírus monkeypox. Embora seja semelhante à varíola, é menos grave. Normalmente, esta doença dura entre duas a quatro semanas e não se propaga facilmente entre humanos.
O vírus foi identificado pela primeira vez em 1958, em duas colónias de macacos, o que deu origem ao nome da doença/vírus. O primeiro caso em humanos foi registado na República Democrática do Congo em 1970.
Esta doença é mais comum no continente africano, onde macacos e roedores podem ser portadores e transmitir o vírus a humanos.
Como se dá o contágio entre humanos?
A transmissão pode ocorrer através do contacto com um animal ou pessoa infetada. A propagação entre humanos acontece geralmente por gotículas respiratórias de grande dimensão, fluidos corporais, contacto com lesões cutâneas infetadas ou contacto com materiais contaminados pelas lesões.
A transmissão por gotículas respiratórias requer contacto próximo e prolongado (menos de dois metros, mais de três horas, sem equipamento de proteção individual).
Desde 2018, foram relatados sete casos no Reino Unido em pessoas com ligação a países endémicos. No entanto, esta é a primeira vez que se identificam cadeias de transmissão na Europa sem ligações conhecidas a África Ocidental e Central.
Estudos realizados em países africanos indicam uma taxa de letalidade de 3,6%, sendo mais elevada em crianças e jovens adultos.
Embora a varíola-dos-macacos se manifeste de forma ligeira na maioria dos casos, pessoas imunodeprimidas correm maior risco de desenvolver formas graves da doença.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da varíola-dos-macacos incluem:
– Febre
– Dor de cabeça
– Dores musculares
– Dores nas costas
– Gânglios linfáticos inchados
– Calafrios
– Fadiga
Além destes sintomas, surgem erupções cutâneas, geralmente no rosto, que se espalham para outras partes do corpo, incluindo os órgãos genitais. Estas erupções, que se apresentam como bolhas com líquido, passam por várias fases antes de formarem crostas:
– Máculas
– Pápulas
– Vesículas
– Pústulas
– Escaras
Prevenção e Tratamento da Varíola-dos-Macacos
Embora a probabilidade de transmissão sem contacto próximo seja considerada baixa, existem algumas medidas preventivas que podem ser tomadas.
Como prevenir?
Para prevenir a infeção, pode-se:
– Evitar contacto com pessoas infetadas
– Evitar contacto com materiais, como roupas de cama, que tenham estado em contacto com pessoas infetadas
– Praticar uma boa higiene das mãos
Dado os casos registados na Europa, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças alertou para a possibilidade de disseminação da varíola-dos-macacos entre pessoas que têm múltiplos parceiros sexuais ou praticam sexo casual, recomendando uma maior vigilância de possíveis sintomas.
Qual é o tratamento?
A maioria das pessoas infetadas apresenta sintomas ligeiros e recupera sem necessidade de tratamento médico em 14 a 21 dias. Nos casos mais graves, pode ser necessário tratamento de suporte para aliviar os sintomas.
Antivirais aprovados para o tratamento da varíola nos EUA mostram-se também eficazes contra a varíola-dos-macacos, mas foram apenas testados em modelos animais.
As pessoas que estiveram em contacto próximo com infetados devem ser isoladas e monitorizadas. A Direção-Geral da Saúde recomenda que, ao detetar sintomas suspeitos, as pessoas procurem os serviços de saúde e evitem contactos físicos diretos.